segunda-feira, 12 de junho de 2017

A taça é de ouro ou de barro? Conheça a história da Copa das Confederações; campeonato é considerado importante para uns e desnecessário para outros

Taça da Copa Rey Fahd, a primeira edição da Copa das Confederações, conquistada pela Argentina em 1992

Você sabia que a Copa das Confederações já foi intitulada Copa Rey Fahd? Pois é, foi disputada entre 1992 a 1997 na Arábia Saudita, tendo como vencedor da primeira edição a Argentina.

No ano de 1999, o torneio foi disputado no México, com a atual nomenclatura. Dois anos mais tarde, na Coreia do Sul/Japão, marcou a primeira mudança profunda e, até agora, definitiva: o campeonato é realizado a cada quatro anos e ocorre um ano antes no país anfitrião da Copa do Mundo. A única exceção foi na edição da França em 2003.

A taça em jogo é de bronze banhado a ouro. Foi criado por Fritz Jucker e realizado por Walter Schumacher. Com 44,5 centímetros e 7,5kg, passou por diversas variações. A última delas, e a mais significativa, em 2013.

Seu valor, no entanto, não seja das melhores. A FIFA considera o torneio com um ensaio geral das sedes mundialistas: "o campeonato serve para que o país anfitrião da Copa do Mundo possa analisar uma série de aspectos operacionais com um ano de antecedência", explica um porta-voz da Suíça. Em Zurich, por outro lado, defende a importância do torneio: "Desde o início, a Copa das Confederações se consolidou como um Torneio de Campeões, com a participação dos melhores de cada confederação, na qual brilhou grandes jogadores como Caniggia, Ronaldo, Romário, Desailly, Ronaldinho, Riquelme e Iniesta, além de outros".

Um dos primeiros ganhadores foi Leonardo Rodríguez. Ele, que foi autor de um dos gols na final de 1992 contra Arábia Saudita (3-1), conquistando o título inédito da Copa das Confederações para a Argentina: "foi um torneio muito lindo, porque fomos campeões com um ótimo futebol. Na final foi um dia inesquecível, porque marquei um gol, além do Simeone ter marcado também. Foi um campeonato superorganizado e maravilhoso no meu ponto de vista", disse Rodríguez, para mais tarde reconhecer que tal troféu "começou com um perfil baixo e hoje é de bom nível".

Já na opinião de Beto Acosta, que também esteve no elenco argentino campeão em 1992, alegou que a principal fragilidade do atual formato da competição é a ausência da participação de grandes jogadores nas seleções que participam: "Não sei se mudaria algo. Pode ser que os jogadores chegam cansados. Mas isso não pode mudar por conta do calendário, não há espaço. E, às vezes, muitos jogadores não participam por optar pelas férias ou por motivos similares".


Um assunto sério


Se bem que a decisão da Alemanha de trazer um time B gerou dúvidas sobre o valor da competição, a verdade é que algumas seleções costumam convocar seus principais jogadores. Em 1992, a Argentina trouxe Goycochea, Basualdo, Ruggeri, Redondo, Simone e Batistuta. Três anos depois, a Dinamarca foi campeã da segunda edição com os irmãos Ladrup, derrotando na final a Albiceleste de Passarella, que tinha figuras como Zanetti, Ortega, Batistuta e Espina.

Em 1997, Brasil conquistou seu primeiro título. E a figura daquele time foi Romário, artilheiro daquela edição com 7 gols. Dois anos depois, foi a vez do México levantar a taça, após derrotar na final a Seleção Brasileira de Ronaldinho Gaúcho, com direito à atuação de um dos maiores futebolistas mexicanos da história: Cuauhtémoc Blanco.

Em 2001, a França foi campeã, cujo elenco contava com figuras como Lizarazu, Vieira ou Desailly. Não viajaram Zidane, tampouco Barthez. uma das grandes ausências daquele ano, reforçando a tese de que a Copa das Confederações, talvez, conta com a maior consideração na América do que na Europa. Dois anos mais tarde, outra vez os franceses levantaram o caneco, graças a Thierry Henry.

Na temporada de 2005, Brasil de Adriano detonou a Argentina de Riquelme. Já em 2007, o evento não aconteceu porque entrou em vigor o novo formato da competição.

Espanha participou da Copa das Confederações pela primeira vez em 2009, como o atual campeão da Eurocopa de 2008, com um elenco que se consolidou base do título da Copa do Mundo do ano seguinte. A competição, no entanto, foi conquistado pelo Brasil, após derrotar de virada os Estados Unidos por 3-2, tendo Kaká, Luis Fabiano, Robinho, Daniel Alves e Maicon como jogadores que mais se destacaram. Na última edição em 2013, o Brasil conquistou o tetracampeonato, derrotando a Espanha por 3-0. Neymar foi eleito o melhor jogador e Fernando Torres como melhor artilheiro.

A atual campeã do mundo Alemanha, poderia custar muito caro por levar um time reserva para disputar a Copa das Confederações na Rússia. Uma manobra que, segundo a justiça de Lapuente, não seria considerada como falta de respeito com a competição e os participantes: "Não vejo como falta de respeito. Todos estão de olho como a Alemanha jogará. Se estiver mal, vai sobrar para o técnico, porque todas as seleções jogam com prestígio a Copa das Confederações".

A FIFA continua apostando forte no torneio. Se bem que ainda não está definida o calendário de 2021, sujeita a programação da Copa do Mundo de 2022 no Catar, os estados financeiros da organização revelam uma forte inversão na Rússia: "a partida mais elevada da categoria 'outros torneios FIFA' corresponde a Copa das Confederações Rússia 2017, cujas principais categorias de custos são COL da Rússia (US$ 64 milhões), prêmios em dinheiro (US$ 20 milhões), produção televisiva (US$ 26 milhões) e custos relativos as seleções e as confederações (US$ 10 milhões)".

A Seleção Chilena, única equipe na Copa das Confederações representando a América do Sul, chega como atração por seu poder ofensivo e figuras reconhecíveis como Arturo Vidal e Alexis Sánchez. Sua torcida será, de acordo com a venda de entradas, a segunda mais numerosa: "Chile representa o atrativo de contar com uma equipe de primeiro nível e jogadores destacados a nível internacional. Além disso, é sempre interessante quando novas seleções integram a competição", concluiu a FIFA.

Fonte: La Tercera El Deportivo (12 de junho de 2017)

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